Opções

Códigos dos meses de vencimento das Opções de Compra e Venda

Mês de vencimento: mês de expiração da validade do contrato de opção.

Mês de vencimento Série da Opção de Compra
(CALL)
Série da Opção de Venda
(PUT)
Janeiro A M
Fevereiro B N
Março C O
Abril D P
Maio E Q
Junho F R
Julho G S
Agosto H T
Setembro I U
Outubro J V
Novembro K W
Dezembro L X

No mercado de opções Bovespa, o dia de vencimento das opções ocorre toda terceira sexta-feira de cada mês.

Finanças Comportamentais

Rendimentos mensais possíveis, improváveis e impossíveis: REPOSTING

Este post foi primeiramente publicado em 2010 e continua atual

Devemos pensar em rendimentos mensais ou anuais – no mercado de ações – realmente possíveis e com um horizonte de tempo adequado para fazer planejamento patrimonial. Um patrimônio familiar leva décadas para ser formado e este deve ser nossa referência temporal. Um tempo adequado para se formar patrimônio poderia ser de 35 anos, tomando por base um indivíduo que começa a poupar aos 30 (antes disso é difícil poupar devido aos investimentos em seus estudos) e vai até aos 65 anos (quando este indivíduo, saudável, deveria voltar a se dedicar a si mesmo).

Rendimentos mensais de 0,8% líquido ao mês: Muito difícil, mas muito possível desde que você tenha um bom controle de risco e de caixa. Depende somente de sua postura como investidor (ter uma estratégia e segui-la).

Rendimentos mensais de 1% líquido ao mês: Muito difícil, mas possível desde que se estude bastante e tenha um comportamento impecável diante do mercado – ou seja, controle emocional. Se você conseguir este rendimento e comportamento, considere-se um verdadeiro investidor de sucesso.

Rendimentos mensais de 1,5% líquido ao mês: Improvável e duvido que alguém consiga. Se você conseguir, pode dizer pra todo mundo que você é um dos melhores investidores do mundo.

Rendimentos mensais de 2% líquido ao mês: Impossível. Não acredito que alguém o consiga, mesmo os melhores investidores do mundo, nas próximas décadas. O melhor das últimas décadas, Peter Lynch, conseguiu.

Minha percepção é a de que: se alguém buscar retornos mensais líquidos superiores a 1,2% a.m, ela deve buscar o caminho do empreendedorismo e abrir a própria empresa. Neste caminho, retornos desta magnitude são possíveis. Mas faça-o dentro da lei.

Observações finais: Acredito que alguém possa ter um retorno de 200% num ano no mercado? Claro! Ao longo de 30 anos ele vai manter este desempenho? Faça-me rir!

A principal observação é: Para alguém que tem um patrimônio pequeno, de até 50 mil reais, é possível obter retornos maiores que 5% a.m? Sim, muito possível. Mas quando o patrimônio vai para um patamar um pouco maior, digamos 500 mil, isto é impossível. E, se o patrimônio alcança um tamanho mais consistente de 5 milhões, o cara não deve buscar mais tanto a sua multiplicação. Deve ter um ASSET ALLOCATION adequado, parte do patrimônio deve ter um objetivo de preservação de capital e uma pequena parte deve continuar com o objetivo de multiplicação.

Um indivíduo com 30 anos com patrimônio menor que 100 mil reais e que tem objetivo de preservação de capital é um indivíduo que precisa de ajuda. Um indivíduo com 60 anos e com patrimônio de 12 milhões que coloca tudo em ativos de risco também precisa ajuda né? (os dois estão equivocados em seus objetivos)

Segue uma planilha com algumas previsões (papel aceita tudo): Para terem uma ideia do absurdo de querer retornos mensais de 4%, investir 2 mil reais mensais nesta taxa, ao longo de 35 anos, daria R$712.807.859.048,46 (mais de 700 BILHÕES DE REAIS).

simulação 35 anos

Finanças Comportamentais, orçamento familiar

Quanto custa a gasolina?

Fiz um comparativo de gasto anual com combustível e fiquei bem impressionado.

Premissas adotadas:

Distância:A família vai percorrer 15.000 km em um ano.

Preço da gasolina: R$ 4,60 / litro.

Consumo do Carro A = 6 km/l

Consumo do Carro B = 9 km/l

Com base nestas premissas, o Carro A vai gastar R$ 11.500 com gasolina em um ano, já o Carro B, R$ 7.667. A diferença é de R$ 3.833 reais.

Quase 4 mil reais de diferença em um ano é uma quantia para ser levada em consideração na hora de escolher o seu carro, ou a troca ou a assinatura mensal.

shallow focus photography of blue alpine car
Foto por ALEXGTACAR em Pexels.com
Ações

As maiores fortunas da bolsa

Reportagem de Exame.com, data de 02/05/2012, da Giuliana Napolitano, que eu encontrei aqui.

Os investidores retratados nas páginas a seguir multiplicaram seu patrimônio aplicando em ações nas últimas décadas. Saiba o que eles têm a ensinar ao pequeno investidor — e como ajudaram a transformar para melhor o mercado de capitais no Brasil

São Paulo – Os engraxates entraram para a história das finanças mundiais como trouxas. O culpado pela má fama, como se sabe, é Joseph Kennedy (investidor arrojado e pai de John, presidente americano), que decidiu vender suas ações quando começou a receber dicas de investimento da pobre alma que polia seus sapatos em Wall Street.
Saiu da bolsa logo antes da crise de 1929. Para entender a moral da história, é útil pensar no mercado financeiro da época como uma cebola. Tubarões da bolsa, como Kennedy, estão nas camadas centrais e começam a ganhar dinheiro muito antes dos outros. O boca a boca vai levando o investimento em ações a entrar na moda nas camadas mais externas da cebola.

Quando o processo termina, e aqueles que nunca compraram ações começam a achar que sabem tudo sobre os humores do mercado, é sinal de que há uma bolha e que, para os tubarões, é hora de vender — e deixar que os trouxas percam suas parcas economias. Uma pena, para a reputação dos engraxates, que Kennedy não tenha conhecido o brasileiro Luiz Barsi.

Filho de imigrantes espanhóis, Barsi perdeu o pai quando tinha 1 ano. Morava, então, num cortiço no bairro do Brás, no centro de São Paulo. Ainda criança, engraxava sapatos para ajudar a mãe a pagar as contas. Nos anos 60, começou a trabalhar numa corretora — e decidiu investir o que sobrava de seu salário na bolsa.
Comprou, por uma ninharia, ações do Banco do Brasil, da elétrica Cesp e de outras dezenas de empresas. O resultado de décadas de paciência é espantoso. Barsi é, hoje, um dos maiores investidores individuais do país — tem mais de 1 bilhão de reais aplicado em ações.

Barsi, que mantém a simplicidade quase exagerada dos tempos de engraxate (apesar de bilionário, anda de metrô e veste as roupas mais simples que pode), faz parte de uma nova elite que se formou na Bovespa — uma elite cuja população pode ser contada nos dedos das mãos.

São os donos das maiores fortunas da bolsa, gente que não apenas ganha muito dinheiro, mas que também influencia decisões de empresários, serve de farol para outros investidores e acabou se tornando uma evidência da transformação por que passou o mercado de capitais brasileiro.

Há coisa de 30 anos, quando essa turma começou a comprar ações, a bolsa brasileira era pouco relevante para a economia e um campo minado para o pequeno investidor. Quem tinha mais dinheiro frequentemente conseguia manipular o preço dos papéis, e havia pouquíssimas regras para proteger os engraxates das malandragens dos tubarões.

Atualmente, o cenário é bem diferente. Homens como Barsi não ganharam suas fortunas fazendo grandes estripulias, apostando em derivativos complexos e informações privilegiadas ou lançando mão de fórmulas matemáticas inacessíveis. Suas histórias, que trazem preciosas lições para quem já entrou ou pretende entrar na bolsa, mostram um salto qualitativo da economia brasileira nem sempre percebido por quem não aplica em ações.

O chefe da turma

É muito difícil saber qual o patrimônio exato dos maiores investidores do país. Pelas regras do mercado nacional, eles só são obrigados a divulgar suas apostas quando detêm mais de 5% das ações de uma empresa. Mas, felizmente, muitos deles têm participações superiores a isso em diversas companhias abertas brasileiras — e, como todos falam com todos no mundinho dos bilionários da Bovespa, é possível estimar quanto cada um deles tem em ações.

Fazendo as contas, pode-se dizer que o gaúcho Lirio Parisotto é o mais rico do grupo. Sua fortuna foi estimada em 2,1 bilhões de dólares pela revista americana Forbes, que o considerou o 24º homem mais rico do país (o outro investidor a entrar na lista foi Antonio José Carneiro, conhecido como Bode, com uma fortuna de 1,1 bilhão de dólares acumulada após investimentos
em empresas de construção, energia elétrica, petróleo e outras).

Primogênito de uma família de dez irmãos que vivia de uma pequena produção agrícola no interior do Rio Grande do Sul, Parisotto quebrou a cara várias vezes antes de criar sua estratégia de investimentos vencedora — certamente, uma das mais monitoradas pelos pequenos investidores do país.

O primeiro tombo ocorreu em 1971, quando vendeu um carro e aplicou tudo em ações. A Bovespa despencou e ele diz ter perdido praticamente tudo (o erro: aplicar de uma só vez uma parcela significativa do patrimônio na bolsa, o que deixa qualquer um vulnerável a uma queda súbita). Nos anos 80, entrou quando a Bovespa estava em alta e teve prejuízo de 200 000
dólares (o erro: não teve estômago para aguentar a queda e vendeu suas ações).

Parisotto começou a ganhar dinheiro de gente grande quando abandonou a pressa. Obrigou-se a seguir algumas regras de investimento que, vistas de fora, parecem monótonas e, sobretudo, incapazes de gerar fortuna alguma. O principal pilar de sua estratégia é saber, de forma cristalina, o que não fazer.

Parisotto jamais compra ações de empresas que dão prejuízo. Para quem quer ganhar um trocado rápido, investir nesse tipo de companhia pode fazer um baita sentido, já que essas são as ações mais depreciadas. O maior investidor brasileiro passa longe de apostas dessa natureza.

Nada de embarcar em promessas de viradas empresariais mirabolantes ou em projetos de expansão custosos. Ele também não investe em aberturas de capital e não compra ou vende em razão de boatos sobre fusões e aquisições. O que ele faz, então? Compra avidamente papéis de companhias que pagam dividendos elevados.

Hoje, tem em sua carteira ações das processadoras de cartões Cielo e Redecard, da fabricante de material de construção Eternit e da empresa de energia Eletropaulo. Papéis como esses, que costumam ser desprezados pela maioria dos investidores fora de períodos de crise, explicam boa parte da fortuna de Parisotto, Barsi e outros grandes acionistas.

Um levantamento feito pela gestora Venture mostra que o retorno médio em dividendos em relação ao preço da ação foi de 4% desde 2005. O melhor de tudo: os dividendos são isentos de imposto de renda, já que as empresas pagaram os impostos antes de distribuir o lucro aos acionistas. “O que me interessa é quanto recebo com dividendos”, diz Barsi. “O mercado pode subir ou cair que continuo ganhando o mesmo. Simples assim.”

É claro que, na prática, as coisas complicam um pouco. O segredo, no caso dos investidores retratados nesta reportagem, é saber escolher empresas que mantenham uma política estável de dividendos — ou então atuar para garantir que elas sejam generosas com os minoritários.

Como costumam ter fatias relevantes do capital das empresas em que aplicam, esses investidores conseguem participar da gestão: podem sugerir mudanças, vetar planos de investimento e até aprovar a contratação de executivos. Talvez seja esta a face mais importante dessa turma — sua capacidade de intervir nas empresas e melhorar a gestão.

Alguns dos casos mais barulhentos foram protagonizados pelo paulista Silvio Tini, dono de 23% do capital da Alpargatas e um dos maiores acionistas da mineradora Paranapanema e da empresa de limpeza Bombril — o que dá a ele um patrimônio superior a 1 bilhão de reais.
Há cerca de dez anos, Tini teve uma queda de braço com a Alpargatas sobre dividendos: ele queria um pagamento trimestral, e a empresa fazia uma distribuição anual. Venceu a disputa.

Mais tarde, conseguiu vetar o plano de unir o caixa da companhia ao do grupo Camargo Corrêa, seu controlador.
A união tornaria o balanço menos transparente por fundir números de empresas distintas. Depois disso, dizem pessoas próximas, ele acalmou — até porque as ações da empresa valorizaram 5 500% na última década.

Como se viu no caso da Alpargatas, a influência dos donos das maiores fortunas da bolsa pode mudar a vida de milhares de investidores minoritários, que acabam beneficiados pela atuação do grupo nas empresas. Há casos em que eles atuam em conjunto. Isso ocorreu, por exemplo, na Eternit.

A companhia viveu um período tumultuado no fim de 2003, quando seu controlador, o grupo francês Saint Gobain, resolveu vender suas ações. Era uma reação à decisão do governo da França de proibir a utilização do amianto, matéria-prima que pode provocar câncer se manuseada sem proteção.

Um grupo de minoritários formado por Barsi, Parisotto, o carioca Victor Adler e o paulista Guilherme Affonso Ferreira criou um novo conselho de administração e, com isso, conseguiu tocar o dia a dia dos negócios. Nos anos seguintes, sob a influência dos minoritários, a empresa reviu sua política de remuneração, dando aos principais executivos ações como recompensa.

Queria, com isso, garantir uma preocupação com as finanças da empresa no longo prazo. A Eternit passou também a fazer parte do Novo Mercado, segmento da Bovespa que reúne as empresas mais transparentes e com as melhores práticas de gestão, e — como não poderia deixar de ser — aumentou a distribuição de dividendos. De lá para cá, as ações subiram mais de 900%, enquanto o Ibovespa ganhou 180%.

Nos Estados Unidos, a atuação dos minoritários no dia a dia das empresas é muito mais comum — e também mais incisiva, porque há milhares de companhias abertas sem um controlador, o que aumenta a influência dos pequenos (aqui, só sete empresas têm controle pulverizado). Em casos extremos, os investidores ativistas, como são mais conhecidos nos Estados Unidos e na Europa, chegam a pedir a cabeça de executivos e fazer campanhas públicas para forçar as companhias a seguir determinado caminho.

A administração do site de buscas Yahoo!, em crise há anos, vem sofrendo com as pancadas dadas pelos ativistas. Em 2008, o americano Carl Icahn pediu a demissão de Jerry Yang, fundador e então presidente, porque ele rejeitou uma proposta de compra pela Microsoft — que Icahn considerava vantajosa.

Passou a dar entrevistas dizendo que a empresa era mal administrada e que Yang deveria deixar o cargo, o que acabou ocorrendo. Um ano depois, ele vendeu suas ações, mas as dores de cabeça causadas pelos ativistas não cessaram. Em 2012, o fundo Third Point criou um site (www.valueyahoo.com) em que exige maior participação dos minoritários no conselho de administração.

Como o Brasil ainda é a terra dos controladores, os minoritários não podem se dar ao luxo de ser tão agressivos assim, até porque a chance de vitória é menor. A solução é fazer parte dos conselhos para influenciar na gestão — método adotado pelo paulista Luiz Alves Paes de Barros, um dos fundadores da gestora Hedging-Griffo e um dos maiores investidores do país.

Paes de Barros era o maior acionista individual do Banco Real antes da venda para os holandeses do ABN Amro, em 1998. Já foi conselheiro da construtora Cyrela e da fabricante de produtos médicos e hospitalares Cremer e, hoje, está no conselho das empresas do grupo financeiro Alfa.
Mas ninguém adota essa estratégia de forma tão abrangente quanto o paulistano Guilherme Affonso Ferreira. Aos 60 anos, ele não tem nada de Carl Icahn: participa de nove conselhos de administração, incluindo o espinhoso conselho da Gafisa, mas não é de briga.

“Sempre o vi como um sócio interessado no crescimento da companhia, um sujeito que participava de maneira intensa das discussões pertinentes”, diz Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, empresa que teve Ferreira como sócio por mais de 20 anos.

Com esse jeitinho “parceiro” de ser, Ferreira acumulou uma incrível fortuna. No fim dos anos 80, seu pai era dono de uma das revendas no Brasil da multinacional americana Caterpillar, fabricante de máquinas industriais e agrícolas, e queria comprar outras empresas do setor para
criar um conglomerado.

Só que esbarrava no mesmo problema: quando os negócios iam bem e sua empresa conseguia acumular caixa para fazer uma oferta de aquisição, os concorrentes também estavam ganhando dinheiro e pediam um preço alto demais; quando o mercado estava no buraco, não sobrava dinheiro.

“Até que sugeri a meu pai aplicar em ações de setores diferentes do nosso, para que esse investimento estivesse em alta quando a empresa ficasse na pior”, diz Ferreira. Seu talento para investir era tanto que a família decidiu vender a empresa e cuidar apenas da administração das ações.

Um dos mandamentos de Guilherme Ferreira — e que vale para qualquer um que pensa em investir em ações — é pesquisar, a fundo, a história dos controladores antes de colocar dinheiro numa empresa. Ou seja, nada de investir em micos mal administrados só porque estão baratos.
Segundo ele, foi isso que evitou que comprasse, durante o Plano Cruzado, ações dos bancos Nacional e Econômico — que, na época, iam muito bem, mas quebraram na década seguinte, quando seus donos foram processados. “Os papéis estavam muito desvalorizados porque existia a percepção de que os riscos eram muito grandes”, diz ele.

Depois de descartar os bancos-problema, investiu no Unibanco (que comprou o falido Nacional em 1995). Ferreira começou a comprar as ações por centavos e vendeu boa parte mais de duas décadas depois, quando passaram dos 15 reais, após a união com o Itaú, em 2008.

O que aprender

O que aprender com as histórias dos homens mais ricos da bolsa? Há, claro, muito em suas trajetórias que não pode ser aplicado na rotina de quem investe pequenas quantias. Segundo estatísticas não oficiais da Bovespa, e tirando da conta quem aplica em fundos de ações, 80% dos investidores individuais brasileiros têm menos de 35 000 reais aplicados em ações.

São 450 000 pessoas que, por motivos óbvios, não terão o mesmo grau de influência de Guilherme Affonso Ferreira nas empresas de que são sócias. Mas suas regras básicas de investimento podem ser replicadas por qualquer um. Em geral, e não por acaso, elas seguem o que diz o bilionário americano Warren Buffett, terceiro homem mais rico do mundo.

Paciência é a chave. Buffett costuma dizer que seu horizonte de tempo ideal para investimentos é a “eternidade”. Barsi, Parisotto, Ferreira e seus pares abominam a ideia de “grandes tacadas”.

É a turma do devagar e sempre. Há, também, regras comuns a eles e que vão contra o senso comum que norteia os investidores médios.
De maneira geral, eles diversificam pouco — Buffett costuma dizer que só quem não sabe o que está fazendo precisa espalhar seu dinheiro pelo mercado. Os grandes investidores brasileiros não costumam ter mais de 15 ações em carteira. Dizem que, assim, conseguem acompanhar cada companhia mais de perto (a estratégia já foi resumida dessa forma: mantenha seus ovos na mesma cesta. Mas preste atenção na cesta!).

Eles detestam investimentos em renda fixa, atitude difícil de recomendar a quem tem pouco dinheiro. Mas, em comum, também descartam investir em imóveis, algo que tem estado na moda no Brasil. Guilherme Ferreira paga aluguel até hoje. “Aplicar em imóveis é terrível. Você precisa pagar advogado, corretor, o preço depende de uma negociação particular e, ainda
por cima, é obrigado a comprar ou vender tudo de uma vez. Não pode vender o banheiro e manter a cozinha, por exemplo”, diz Victor Adler, que é um dos maiores acionistas da Eternit, da petroquímica Unipar e da fabricante de tubos de aço Confab, que está fechando seu capital.

Esse amor desmedido pela bolsa pode fazer com que nossos Buffetts pareçam loucos. A bolsa não é aquele lugar em que fortunas evaporam no ritmo das crises? Basta olhar para o que fizeram em tempos de pânico para comprovar que quem não entende a natureza do mercado acionário são os outros.

A carteira de ações de Lirio Parisotto perdeu 60% do valor no auge da crise de 2008. O gaúcho perdeu (no papel) nada menos que 1 bilhão de reais na brincadeira. Mas não chegou a perder o sono. “É claro que é ruim, mas não dá para vender num período assim.

Aproveitei para comprar mais”, diz. Parisotto e seus pares sabem que as empresas em que investem continuarão produzindo, lucrando — e pagando dividendos. Parisotto ganha mais de 100 milhões de reais por ano em dividendos. E todo o dinheiro perdido em 2008 foi recuperado no ano seguinte.

Outro ponto comum a esses investidores é sua absoluta falta de interesse pelos fatos que apavoram os simples mortais. A Grécia vai sair do euro? A economia americana vai acelerar? O Ibovespa vai passar de 65 000 pontos no final do ano?

Eles não têm nada muito interessante para dizer sobre isso — e também não se preocupam em encontrar as respostas. Como estão no mercado com a expectativa de ficar por um bom tempo, avaliar a situação das empresas é mais importante do que analisar o cenário internacional.

É provável que, nos próximos anos, aumente o número de grandes investidores na bolsa. Nunca houve tantos milionários no país, e a renda dos brasileiros cresce a cada ano, o que, pelo menos em tese, abre espaço para que mais recursos sejam poupados (se houver uma trégua no consumo, lógico).

Além disso, com a queda dos juros, espera-se que mais pessoas fiquem tentadas a comprar ações. Se isso ocorrer, os novatos vão encontrar a Bovespa no melhor patamar da história — não em termos de valor das empresas, já que a bolsa anda de lado há três anos, mas em regulação e transparência.

Nos pregões dos anos 70 e 80, o sinônimo de investidor era o especulador Naji Nahas, que fazia operações de altíssimo risco. Não se trata de demonizar quem opera no curto prazo — sem eles, haveria muito menos compradores e vendedores nos pregões, o que prejudicaria todo mundo.

A novidade é o surgimento de um grupo que olha o longo prazo, quer construir fortuna aos poucos e ajudar as empresas nas quais investem. “É preciso ter investidores de diferentes perfis. Um mercado depende disso para se tornar maduro de fato”, diz Paulo Bilyk, um dos fundadores da gestora Rio Bravo. Do engraxate ao bilionário.

Ações

Venda de PUT em 19-03-2020

Depois de muito tempo sem realizar operações com Opções (devido ao trabalho e falta de oportunidades claras), eu vendi PetrP107 por R$ 1,20.

No momento da operação, a Petr4 estava cotada a 12,86. O vencimento da operação é Abril e há dois resultados possíveis na minha estratégia:

  1. Ser exercido e ficar com as ações ao valor de 10,70 (strike) – 1,20 (prêmio), ou seja 9,50.
  2. A ação Petr4 fica acima de 10,70 no exercício, as opções viram pó e eu fico com o dinheiro do prêmio recebido.
Ações, Observando

‘Índice de terremoto’ põe bolsa em 54 mil pontos | Finanças | Valor Econômico

‘Índice de terremoto’ põe bolsa em 54 mil pontos
Por Adriana Cotias, Valor — São Paulo 12/03/2020 21h10 ·

Apesar de o Ibovespa já ter sofrido quatro “circuit breakers” nesta semana — com a paralisação das negociações na B3 em momentos de quedas bruscas —, a onda baixista está longe de estar esgotada. Segundo o “IMA-crash” (Índice de Mudanças Abruptas), o principal termômetro da bolsa brasileira pode cair ainda para o nível de 54.170 pontos, antes de retomar o passo de alta.
Criado pelo pesquisador e professor do Insper Marco Antônio Leonel Caetano, em conjunto com Takahashi Yoneyama, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o referencial foi adaptado da metodologia dos sinais, usada para prever terremotos, para a bolsa.
De acordo com Caetano, há pelo menos oito meses o IMA-crash dá sinais de que a bolsa poderia entrar numa espiral negativa. Isso ocorre quando o Ibovespa fica se movendo numa faixa muito estreita, chamada de alta frequência. “O índice subiu muito rápido, da casa dos 70 mil para mais de 115 mil pontos e depois ficou oscilando em cerca de 3 mil pontos”, diz.
Ele explica que quando as ondas de alta frequência aparecem no mercado de alta indicam potencial reversão, e quando surgem após períodos de vendas generalizadas, o sinal pode mudar para cima. Isso é medido pelo IMA-entrada.
Ambos oscilam entre 0 e 1. Por ora, o IMA-crash, com 0,7, mostra-se com força maior do que o IMA-entrada, em 0,2. O indicador que pode mostrar um bom ponto

de entrada também teria que oscilar durante algum tempo, na faixa dos 60 mil pontos, por exemplo, para fazer o Ibovespa virar para um novo ciclo de alta.
Quando roda o IMA-crash, ele afirma que usa várias composições e também considera a sazonalidade da oscilação, aquela que se repete de tempos em tempos, para calcular qual o fundo do poço. É baseado nisso que chega à projeção de 54.170 pontos. “A partir desse ponto, as ações estarão muito mais baratas. Pode cair hoje e amanhã, e as pessoas entrarem comprando achando que o pior já passou”, diz. “Por enquanto, estamos no meio do modo terremoto.”
Apesar de suas conclusões se basearem em modelos matemáticos, o professor avalia que será um movimento saudável de correção, que fará os investidores do mundo todo e de diversos portes olharem para a economia real, retomando um pouco da racionalidade.
Também se valendo de seu olhar estatístico, ele diz que a situação só vai se acalmar quando os casos da covid-19, iniciados na China, começarem a decrescer. O problema é que a doença ainda não chegou ao pico em alguns países, incluindo o Brasil, com reflexos perversos para as economias.
Mesmo o cenário de juro baixo, aqui e no exterior, tem pouco valor nos momento de crash, prossegue Caetano. “Num mundo mais globalizado, mesmo o ouro está caindo, o ativo mais estável de todos. Está tudo meio perdido.” Ele sugere que o investidor espere as coisas se acalmarem antes de voltar a tomar risco. Caetano é autor dos livros “Mudanças Abruptas no Mercado Financeiro” (finalista do prêmio Jabuti em 2014) e “Análise de Risco em Aplicações Financeiras”.
Do ponto de vista técnico, o Ibovespa entrou numa tendência de baixa de curto prazo, com a primeira resistência em 68 mil pontos, e a principal em 60 mil pontos, segundo avaliação de Rafael Panonko, chefe de análise da Toro Investimentos. Após quedas exageradas nas últimas semanas, o mercado está sujeito a repiques de um ou dois dias, mas a direção de queda ainda tende a prevalecer.
Na região atual já haveria espaço para altas, mas o especialista recorre ao noticiário para uma avaliação ainda pessimista. “Até que a incerteza do coronavírus diminua, com projeções mais claras do número de infectados, o mercado vai digerir os dados antes de retomar o movimento altista”, diz.

O suporte, ponto pelo qual o Ibovespa poderia voltar a subir, está na casa dos 80 mil pontos, diz Panonko. “Se passa disso, a tendência de baixa fica ameaçada.”
O especialista ressalva que a volatilidade é um ingrediente que traz certa confusão para a análise grafista, que se fia em dados estatísticos. “Com volatilidade alta, a avaliação fica distorcida porque tira [o índice] da normalidade, dos padrões a que estamos acostumados”, diz. “O mercado está com a bússola girando, girando, sem apontar uma direção.”
Apesar da velocidade da queda do Ibovespa nas últimas semanas — com desvalorização de mais de 30% em março, a 72,6 mil pontos —, não dá para dizer que o índice já chegou ao fundo do poço. Segundo Leandro Martins, grafista e estrategista do Modalmais, mesmo que haja alguma recuperação nos próximos dias, é aconselhável que o investidor controle o seu ímpeto e não saia comprando.
“Para quem acostumou a ir à praia com ondas de 1 metro, quando está em 10 metros não é hora de entrar, é melhor esperar porque o ‘swell’ não vai durar para sempre. Se o investidor for ansioso para aproveitar o mar, pode se afogar.”
Na sua avaliação, uma reversão pode ocorrer depois que aparecerem nos gráficos algumas figuras de congestão, como retângulo e triângulo, que indicam movimentos mais laterais do índice e que, depois de rompidos, poderiam fazer o índice apontar para cima.
Um ponto curioso, cita Martins, é que o Ibovespa, na faixa dos 73 mil ou 74 mil pontos, volta para o topo de 2008, antes da crise das hipotecas americanas de alto risco (“subprime”). “É um valor simbólico, teria que começar a subir.”
Para ele, um ponto de suporte seria os 90 mil pontos, mas depois de uma queda tão violenta, com quatro “circuit breakers”, mesmo a análise técnica está um pouco sem parâmetros. “Vamos precisar ver dias de menor volatilidade, com o índice caindo 2%, subindo 3%, para voltar à normalidade e perceber o rompimento para cima.”
O especialista aconselha o investidor a não ter medo de perder a volta. Quem está líquido pode esperar alguns pregões para a ver o fluxo positivo se consolidar. Perde um pouco do preço, mas pega o movimento mais sólido. “Muito investidor justifica a compra por não achar que o coronavírus seja tão grave, mas os problemas são as

implicações na economia mundial sem precedentes, com cidades, países se isolando, aeroportos fechados. Isso tem um efeito dominó na economia.”
Em grandes correções, o Ibovespa recuou entre 55% e 60% do seu topo e se no atual ciclo de queda seguir esse histórico ainda haverá ajustes para baixo, segundo Leandro de Checchi, coordenador de analistas da Nova Futura.
Desde a máxima de 23 de janeiro em 119.527 pontos até hoje, o Ibovespa perdeu 39,8%. “Podemos ter quedas mais agudas. O índice encontrou um suporte, pode ter algum alívio, mas ainda não uma tendência de alta”, diz.
O especialista diz que a tendência de longo prazo ainda não mudou, e que a região entre 55 mil e 56 mil pontos seria uma fronteira interessante. Abaixo desse nível seria mais preocupante.
Checchi nota que alguns papéis já estão com preços atrativos, como Itaú e Itausa, que pagam bons dividendos, ou ações do setor elétrico como AES Tietê e Taesa, que têm essa característica de proteção. “O momento é de mais cautela e de pensar no longo prazo. Se o investidor quiser tomar risco de curto prazo é melhor ficar em companhias de alta liquidez porque no estresse corre-se o risco de não encontrar contraparte.”

Estratégias de Investimento, Observando, Renda Fixa

ALERTA – Cuidado com a Renda Fixa pré e pós inflação

Mais uma colaboração do brilhante Max Scardua

Colegas;

Mais uma da série não diga que não sou seu amigo.

Tomem cuidado ao investir em renda fixa prefixada ou Pós inflação com duração longa.

Ontem a curva DI1F25 na B3 subiu forte no fim do pregação e ultrapassou a média móvel de 200 dias (vide abaixo).

Causa – A queda do veto : https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/11/congresso-derruba-veto-de-bolsonaro-a-aumento-do-limite-de-renda-para-acesso-ao-bpc.ghtml

Consequência: Redução da folga fiscal no orçamento do governo central. Redução na tendência de redução do déficit fiscal e maior necessidade de financiamento por endividamento. Com a expectativa de deterioração das contas públicas, o mercado passará a exigir juros mais altos nos títulos públicos e por extensão, nos títulos privados (CDI).